Análise! Dragons Dogma: Dark Arisen

Dragon's Dogma: Dark Arisen

 
 Gênero: RPG, Fantasia, Hack'n Slash;
 Língua: Textos - Inglês, Japonês, Francês, Italiano, Espanhol, Chinês tradicional;
               Áudios - Inglês, Japonês;
 Data de lançamento: 15 de janeiro de 2016;
 Características: Mundo aberto, não-linear, single-player;
 Câmera: 3º pessoa;
 Gráficos: Animados, busca o realismo, figuras tridimensionais, fantasiosos;
 Desenvolvedora: Capcom;
 Distribuidora: Capcom;
 Geral: Dragon's Dogma: Dark Arisen é um remaster do game de 2012 para a 'antiga geração' de consoles (PS3, Xbox 360). O remaster conta com, além de gráficos repaginados, novos conteúdos e a reparação de diversos bugs;
 Objetivo: O game possui um objetivo definido logo no início, derrotar o dragão que assola a fantasiosa terra de Grancys, ducado na península de Liogran. Contudo o jogador não é limitado a seguir a missão principal, tendo mais liberdade para explorar ou realizar missões secundárias;
 Conectividade: O jogo é majoritariamente single-player, contendo apenas 1 (dispensável) elemento que pode ser chamado de multiplayer, no qual estarei abordando mais adiante;
 Ação: O combate no game é baseado na fórmula de Hack'n Slash, com a possibilidade de se utilizar armas de curta, média e longa distância, como espadas, martelos, arcos, dentre outros, ainda sendo permitido a utilização de magias ofensivas, de suporte ou de penalizações;
 Conteúdo: O jogo não possui expansões (além das adicionadas automaticamente com essa passagem do Dragon's Dogma original para a versão Dark Arisen) e também não dispõe do serviço de Workshop, não sendo possível a criação de mods de maneira oficial pela plataforma da Steam. O único conteúdo adicional oficial que passível de compra, é a coletânea soundtracks que o jogo disponibiliza na loja;

 Análise:

 Uma opinião muito pessoal sobre este game: ele me fez sentir a emoção da fantasia novamente, emoção esta que eu não vivenciava desde que joguei pela primeira vez Final Fantasy 2. Ambientes extravagantes, criaturas fantásticas e poderes místicos, toda essa atmosfera de fantasia clichê sempre faz com que eu me apegue ao jogo, contudo não me darei ao luxo de omitir quaisquer defeitos que o game apresente apenas por ter me cativado com essa ambientação.
 
 O título se passa em um mundo fantasioso inédito criado pelo diretor Hideaki Itsuno, o mesmo responsável por diversos títulos da franquia Devil May Cry (2, 3, 4 e o reboot de 2013), logo a expectativa em torno do jogo é alta para quem gosta de Hack'n Slash, porém não se limitando a isso já que conta com uma alta dose de RPG e mecânicas divertidas de serem utilizadas.
 A narrativa é o foco absoluto na maior parte dos RPG's, uma vez que o objetivo deste estilo de jogo é fazer com que o jogador se sinta imerso no universo criado, se apegando a história, personagens, enfim, no enredo como um todo, contudo, no Dragon's Dogma não é exatamente dessa maneira, não que a história não seja importante apenas que ela possui o mesmo peso que os demais itens do game, como a ambientação, por exemplo. Uma história boa, porém contada as pressas; personagens interessantes, mas não muito aprofundados, geram uma sensação de desleixo, apesar de tudo, o universo da trama continua sendo envolvente e interessante.
 Dragon's Dogma trabalha com um sistema de seguidores, aqui chamados de "Pawns" ou peões em inglês, não igual, mas similar ao visto em alguns games como Dragon Age, suportando até 3 companheiros de equipe padrão e mais alguns em determinadas missões, porém aqui sendo tratados (ao menos a princípio) como meras ferramentas, não me estendendo muito nessa característica para não dar spoilers. O jogador consegue construir um de seus seguidores que será o pawn principal, o que ficará sempre ao lado dele, porém os outros 2 serão escolhidos com base no seu nível em uma seleção da máquina ou no caso de estar conectado a internet, de outros jogadores, sim este é um dos poucos atributos online que o jogo dispõe, deixando nas mãos do jogador escolher quais companheiros serão de maior serventia ao seu grupo.
 Desde a primeira versão do Dragon's Dogma na sétima geração de consoles (Xbox360, PS3), o jogo já apresentava gráficos deslumbrantes, e junto com o remaster o que já era bonito ficou ainda mais espetacular, mas sem abrir mão da ótima performance. Ambientes vivos com cores fortes e vibrantes, figurinos fantasiosos que enchem os olhos e um design único para as bestas colossais, porém para quebrar a sequência de elogios, as expressões faciais indicam uma artificialidade que não combina com o restante da atmosfera do game.
 O sistema de combate é a cereja do bolo aqui, temos conflitos dos mais variados volumes, desde lobos e bandidos até hydras e quimeras, podendo se utilizar de um vasto arsenal de armamentos e uma moderada seleção de magias e encantamentos para se defender contra estas bestas. Um ponto extremamente interessante de se frisar é a estratégia dos adversário em batalha, surpreendentemente a IA dos inimigos não é nada estúpida e se utiliza de diversas táticas para tirarem o melhor de você no embate, além de claro, terem cada inimigo suas peculiaridades, como fraquezas em certos pontos do corpo, diferentes padrões de ataques para personagens diferentes e interação com o cenário. Para aqueles que estão acostumados com casualidade, talvez encontrem um pouco de dificuldade para prosseguir nas batalhas contra inimigos menores, pois o famoso "clique-frenético" não funcionará (ao menos de início), uma vez que é necessário aprender o comportamento de cada inimigo antes de entrar em um confronto mais sério, e com os inimigos de maior escala como os ogros e o ciclopes é possível se vencer (e perder) um duelo com uma maior gama de possibilidades, os escalando e acertando seus pontos fracos, os derrubando para então cercá-los e desferir uma sequência de ataques ou ainda fazê-los despencar de um penhasco, além das abordagens mágicas, como utilizar sua fraqueza elementar contra eles, os incendiando quando forem fracos ao fogo, ou os envenenado quando forem mais expostos às toxinas, por exemplo.
 Os comandos respondem satisfatoriamente bem (algumas raras 'engasgadas' para a execução de múltiplos comandos) e são de fácil aprendizado, dois botões para ataques com subcategorias para os especiais em mais outros dois botões, sendo possível editá-los e criar o próprio esquema de controles.
 Em relação a movimentação, os personagens são capazes de andar, correr, saltar, planar com auxílio de magia e executar um rolamento no chão, todos exercidos de maneira fluida e sem input lag.
 A física no game é presente, com os NPC's e bestas funciona bem, chegando a ser agradável de ver o tombo de um ciclope, ou os destroços de uma viga caindo, porém o peso do personagem controlado pelo jogador é demasiado artificial, com pulos desproporcionais e quedas pouco realistas.
 A trilha sonora é o que se espera de um RPG com uma premissa épica, igualmente épica, composições orquestradas em momentos de euforia e calmas melodias à base de flautas ao percorrer uma rua da capital, executadas em momentos adequados e com uma boa sintonia, não tenho reclamações acerca desta parte. O restante da parte de sonoplastia é convincente, rugidos de feras, choque de lâminas, até mesmo o bater de asas são muito bem gravados e executados, contudo, como nem tudo são flores, a dublagem, principalmente dos seguidores que por Cristo, se tornam extremamente irritantes depois de mais de 40 horas ouvindo as mesmas frases ('Twas a fine scrap, if I may say so myself.").
 O mapa de Gransys (relembrando, continente onde se passa o game) pode se considerado no máximo mediano, tendo pouca variação de terrenos e poucas construções para se explorar no seu mundo aberto, no entanto ao viajar a pé é inegável se deparar com alguma emboscada, com alguém pedindo socorro ou com algum evento aleatório, o que torna tudo mais extenso. É apenas nos interiores do mapa que a magia acontece, com cenário únicos e muito bem construídos, canyons, masmorras, castelos, fortalezas, entre outros, passam uma imersão única, sendo muito divertido explorar essas áreas e descobrir suas peculiaridades.
 A inteligência artificial, como já especulado anteriormente, é muito bem programada nos inimigos, não sendo possível correr às cegas pelo combate e nem baixar a guarda, mesmo com inimigos que já esteja familiarizado, por este motivo o jogo pode ter uma dificuldade um tanto amarga para aqueles que se recusam a executar o famoso "grinding", como é chamado o ato de matar repetidamente inimigos mais frágeis para se evoluir. Lamentavelmente a IA dos seus companheiros não é lá essas coisas, mesmo existindo diversas linhas de código que os adaptam às mais variadas ocasiões, saltando em momentos inoportunos, atacando em vão e um "path-finding" grotesco (andando por lugares pouco convenientes em direções muitas vezes errôneas).
 Ainda que seja um jogo com gráficos bonitos e que proporcione diversas situações em que se faça um bom uso de processamento, ele não exige uma máquina muito robusta para se rodado com de maneira satisfatória, tendo raras quedas de FPS e uma fluidez muito boa com a câmera.
 Em relação à conectividade, não se há muito o que avaliar, já que o jogo apenas se utiliza da sua internet em momentos específicos para tarefas básicas como carregar as informações de peões de outros jogadores e salvar as informações do seu peão no servidores da Capcom, logo tudo é executado quase que instantaneamente. Ainda existe uma outra característica online, uma espécie de evento no pós-jogo, mas não abordarei muito aqui para não estragar a jogatina de quem começará do zero.
 Posso afirmar que o título é quase isento de bugs, em toda a minha jornada em seu universo presenciei apenas 1 crash e nada mais.
 Apesar de ter sua própria identidade, não é incomum compará-lo a outros títulos, como a série Souls e Monster Hunter, devido a sua dificuldade e seus monstros colossais.
 Dragon's Dogma é um excelente RPG com um história com algumas quebras de roteiro aqui e ali mas que cativa os jogadores, uma trilha sonora épica, combates emocionantes e gráficos estonteantes, apesar de dar a impressão de que poderia ser melhor em diversos aspectos, consegue proporcionar dezenas de incansáveis horas de entretenimento sem que o jogador sinta que foi tempo perdido.
  Jogabilidade: 9; Gráficos: 9; Áudio: 9; Performance: 9; Peculiaridade: 8
  Nota Final: 8.8 - Vale muito a pena conferir a obra e gastar algumas horas em seu universo, este título está RECOMENDADO
  Consideração Pessoal: Um RPG imersivo que realmente me divertiu com suas mecânicas intrínsecas e sua história, por mais corrida que tenha sido seu início e meio, seu desfecho é digno de premiação. Um lindo jogo.
  Screenshots:

A criação de personagens é bem completa, dando liberdade para se alterar tanto o rosto quanto outros atributos físicos como o tamanho dos braços, a grossura das pernas, o tom da voz, etc (imagem pertencente ao canal Roblol)

Mesmo com os gráficos no mínimo, a beleza do cenário impressiona
Apesar de frequentes, as batalhas contra chefes são sempre épicas e marcantes

  O jogo em seu preço cheio está custando cerca de R$75,00 na steam, contudo em promoções este valor costuma ficar em torno dos R$30,00, uma economia de 60%.
  As especificações mínimas necessárias para que o jogo funcione são:
  Sistema Operacional: Windows Vista
  Processador: Intel i5 660
  Memória RAM: 4GB
  Placa de vídeo: GeForce GTX 280 / Radeon HD 5870
  Armazenamento: 20GB
  Som: Placa padrão de áudio compatível com directx

Links úteis
Página do jogo na steam
Página do jogo no metacritic
Site oficial


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